Em que medida, os Estados Unidos conseguem por meio dos fast
foods, praticar ações de Neocolonialismo e ditar o modo de se alimentar e,
mesmo, de viver dos brasileiros, modificando assim sua cultura.
Introdução
Muitas são as formas de um Estado atingir o
outro.
No passado, o domínio e a força fizeram com que
Estados Imperialistas buscassem de todas as formas impor seu poder e soberania
sobre os demais. Os séculos XIV, XV e XVI nos dão exemplos da exploração e
opressão as quais muitos dos que são hoje Estados Soberanos estiveram expostos
e cuja existência estava voltada para suprir as demandas de seus colonizadores.
Logicamente, após muitas guerras,
independências e conquista de suas soberanias, autodeterminação e constituição
de um Estado forte, esses locais adquiriram mecanismos legais para impedir a
atuação de outros em seus territórios. Contudo, até que ponto os Estados estão
imunes à influência de outrem? Será o colonialismo uma prática do passado? Como
se afirmar como hegemon se não há
quem aceite e confirme esse staus quo?
O colonialismo pode ser caracterizado como uma
forma política que estabelece domínio político, social, econômico, cultural, de
um Estado sobre outro. Seria ingênuo pensar que ações desse tipo ficaram no
passado. Os processos de colonialismo se dão, hoje em dia, não apenas pela
opressão física e exploração de matérias–primas nacionais, mas, com ações
teoricamente, menos ofensivas.
No presente trabalho, veremos como os Estados
Unidos praticando ações que podem ser caracterizadas como neocolonialistas, por
meio de seus fast foods, têm agido de
forma a mudar os gostos e hábitos de outras populações, como ocorre, por
exemplo, no Brasil.
Essa americanização que vem ganhando força no
país, desde a década de 1950, tem gradativamente mudado o comportamento e o
estilo de vida dos nacionais. A influência americana é sentida e constatada em
vários setores da sociedade, como economia, mercado, saúde e na cultura.
Será o american
way of life realmente tão bom e bonito como a nossa “nova metrópole” prega?
Este artigo, baseado no método comparativo, é
uma tentativa de fazer pensar sobre, em que medida, os Estados Unidos conseguem
por meio dos fast foods, praticar ações de neocoloalismo e ditar o modo
de se alimentar e, mesmo, de viver dos brasileiros, modificando assim sua
cultura.
1 – Breve histórico sobre a
construção gastronômica brasileira
O Brasil, que conhecemos hoje, de tantas
riquezas, samba, futebol e carnaval, formou-se a partir de uma relação de
colonialismo. Por mais de trezentos anos, o país esteve sobre o domínio de
Portugal, tendo sua formação cultural baseada em três culturas básicas: a
indígena (local), a africana (vinda com os escravos) e a portuguesa (imposta
pelos nossos colonizadores). Foi a partir dessa diversidade de raças e culturas
que se formou o que hoje, entre outros fatores, atrai turistas de todos os
lugares do mundo: a culinária brasileira.
Caracterizada pelos fortes temperos e certo
toque exótico, a comida brasileira é conhecida mundialmente. A feijoada, o
acarajé e a caipirinha podem ser considerados os carros-chefes de nossa
culinária. Por anos, o quadro culinário nacional foi caracterizado,
principalmente, por esses três artigos.
Obviamente, a partir do forte processo de
imigração ocorrido no século XIX, sobretudo na Região Sul e em São Paulo , novos
alimentos foram incorporados à mesa do brasileiro. O macarrão é um forte
exemplo desta influência trazida pelos imigrantes. Esse alimento logo foi
incorporado ao bom e velho “arroz com feijão”, e se tornou um prato do
cotidiano nacional, pois, além de considerado gostoso, é de baixo custo.
2 - Os fast foods e a alimentação
Alimentar-se é uma necessidade vital dos seres
vivos, porém há muitas formas de fazê-lo. Para os franceses, por exemplo, comer
é um momento de extremo prazer e refinamento,
havendo uma preocupação com os sabores e, até mesmo, com a forma como se
vai comer. Por sua vez, para os americanos, comer é apenas uma ação que irá dar
energia para que consigam executar as atividades diárias.
Essa distinção entre franceses e americanos foi
definida de forma muito inteligente pelo francês Clotaire Rapaille:
“Todos precisamos comer, mas a cultura americana criou o fast food
(...)”.[1] Os fast foods,
“comida rápida” numa tradução literal, são refeições preparadas em grande
escala e em um curto espaço de tempo. Caracteriza-se, sobretudo, por ser
formada por sanduíches, sucos, batata frita e milk shake.
Inicialmente, esse tipo de alimentação era
predominante em países de primeiro mundo, como os Estados Unidos, onde o ritmo
de vida das pessoas costuma ser mais corrido e agitado, porém, atualmente pode
ser encontrado em praticamente todos os países do globo e, principalmente, no
Brasil.
3 - O mercado de fast foods no Brasil
Embora estejamos vivendo em uma época em que,
praticamente, todos os Estados já são independentes e soberanos, como é o caso
do Brasil, não é de se espantar que encontremos, ainda, casos de dominação de
um Estado para com outro. O Brasil, por exemplo, vem desde meados do século
passado, sofrendo forte influência, se não podemos dizer, um processo de
neocolonialismo, que tem tido como foco central a culinária nacional.
Na década de 50, o Brasil viu
germinar a semente daquilo que seria, num futuro próximo, uma característica de
sua alimentação. Foi nesse período que o americano ex-campeão de tênis no torneio de Wimbledon (1948 e 1949), Robert Falkenburg, abriu a Falkenburg Sorvetes
Ltda., estabelecimento que vendia apenas sorvete de baunilha.
Sua
produção tinha como base máquinas e receitas trazidas dos Estados Unidos. A partir de 1952, a sorveteria do Sr.
Robert passaria a ser conhecida como o Bob’s, um tipo de lanchonete que
estreou, no Brasil, a venda de cachorro-quente (hot-dog), hambúrguer, milk-shake e sundae.[2]
Assim surgiu, no Brasil, o mercado de fast
food, e uma drástica mudança nos hábitos alimentares dos brasileiros. Daí em diante, o país sofreria uma
enxurrada de redes de fast foods.
Em 1979, surge no Brasil, a rede que seria no
futuro, a campeã em pontos de vendas, consumo e popularidade: o McDonald’s.
Conhecida mundialmente, a rede está presente em 118 países, possui 31 mil
restaurantes, nos quais trabalham mais 1,6 milhão de funcionários alimentando,
diariamente, mais de 48 milhões de clientes. O sucesso da rede é tão grande que
não ficou restrito apenas ao tradicional hambúrguer, com batata frita e milk shake. Hoje em dia, o Mac Donald’s
serve o tradicional café americano com ovos e bacon, fortalecendo no mundo o american way of life.
O domínio da rede no Brasil é surpreendente.
Somente neste país, ela possui 2.400
estabelecimentos, divididos dentro de suas variações que são: quiosques,
McCafés e restaurantes, possuindo um total de 48 mil funcionários.[3]
Seu sucesso é tamanho, que no ano de 2008, foram abertos, em média, dois estabelecimentos
por semana em todo o país. Em 2009, atingiu a gigantesca marca de R$ 3,45
bilhões de reais, sendo este valor, 48% superior ao faturamento alcançado no
ano de 2008.[4]
Em 1981, dois anos após a chegada do
McDonald’s, no Brasil, surgia uma rede nacional que dava uma nova casa à
culinária local. Não apenas o hambúrguer americano, mas o arroz, o feijão, a
carne e a batata passaram a ser servidos com o estilo americano de alimentação.
O Giraffas, rede fundada em Brasília[5],
nascia confirmando, de uma vez por todas, a adesão do brasileiro pelo jeito
americano de se alimentar. A inovação deu certo. Hoje, a rede possui 318 lojas
no país, estando 23 destas, apenas na cidade do Rio de Janeiro.
Se pensarmos em números nesse momento, fazendo
uma comparação com o McDonald’s, a representatividade do Giraffas é de apenas
13,25% da representatividade da outra. Isso nos mostra, em certa medida, que
não é apenas o estilo americano que encantou o brasileiro, mas também, a sua
culinária.
Se apenas a forma de organização da comida no
prato fosse o fator relevante, o “arroz com feijão” servido no Giraffas faria
mais sucesso do que o hambúrguer, com batata fritas, da rede americana. Mas os
números vêm mostrar que isso não é verdade. O consumo diário na rede americana é
muito maior do que o da brasileira. Ou seja, o hambúrguer faz mais sucesso
entre os nativos do que o arroz com feijão.
Para alguns historiadores a relação colonizador versus colonizado, no Brasil, no século
XVI, se deu não pela oposição, mas pela complementaridade, pois o Brasil
reproduzia, aqui dentro, a relação que mantinha com Portugal.
Se pensarmos bem, isso é o que vem ocorrendo
novamente no Brasil, desde a década de 50, quando foi trazida para o país a
ideia de fast food. O Estado está
reproduzindo algo que lhe foi colocado, de maneira a fazer com que a sua
própria identidade seja abalada em função de outra. A presença americana no
Brasil é tão forte, que as pessoas já não se dão conta disso. Entre as redes e
marcas que fazem sucesso no país, a maior parte é de origem americana. Nomes em
inglês são ditos com facilidade por uma população que mal possui domínio de seu
próprio idioma. Comprar algum alimento que contenha eggs, cheese, potato, bacon é mais do que normal, mesmo que grande
parte das pessoas nem saibam o que vem a ser cada um desses ingredientes.
Além das redes já citadas, fazem bastante
sucesso no Brasil as redes: Habbib’s, Subway, a FKC e, por fim, a Burger King,
que recentemente se tornou mais brasileira do que nunca.
A rede Habbib’s nasceu no final da década de
80, em São Paulo.
Seguindo essa linha dos fast
foods, o Habbib’s tem como carro chefe de sua marca a “Bib Sfiha” (tipo de sfiha
servida aberta), pratos árabes em geral e os famosos doces sírios. A aceitação
do consumidor pode ser vista nas médias de vendagem alcançadas pela rede.
Segundo seu site, anualmente são vendidos 30 milhões de kibes, 10 milhões de
pratos árabes, 10 milhões de Beirutes e 3 milhões de pizzas.[6]
Mas, nem só de comida árabe sobrevive um
comércio.
Mostrando, mais uma vez, a forte presença da
culinária americana no cardápio do brasileiro, em 1996, a Coca-Cola entra no
menu da lanchonete; em 1997, é a vez da famosa batata frita; em 1998, a rede se torna ainda
mais popular ao incorporar no seu cardápio um sanduíche chamado “Double
Habib’s”, formado por dois hambúrgueres. O que mostra, mais uma vez, o poder da
comida americanizada; além de apresentar, também, em seu cardápio o já
mencionado e tão pedido entre os jovens: milk
shake. [7]
Ainda mostrando a hegemonia americana quando
falamos em redes de fast food, no Brasil, temos a Subway. Fundada, em
1965, nos Estados Unidos, a lanchonete conta com sanduíches como base de seu
cardápio. Esses sanduíches são conhecidos como submarinos. Essa denominação vem
do formato dos pães que são utilizados na preparação dos mesmos: italiano ou
baguete que, dizem, lembram o formato de um submarino.
A rede expandiu-se para o mundo, em 1984, e
chegou ao Brasil, em 1993. Em setembro de 2010, estimou-se que a rede tenha
alcançado a marca de 33.505 restaurantes em todo o mundo. Destes, seis estão em
Portugal, estando três em Lisboa; e 480 no Brasil, sendo que apenas na cidade
de São Paulo são 97 estabelecimentos, e ainda, 48 na capital federal.[8]
Faz-se necessário fazer essa comparação com
Portugal, para mostrar como a relação fast food americano versus culinária local tem se mostrado
tão forte no Brasil. Possivelmente, será mais fácil encontrar um
estabelecimento que venda bolinho de bacalhau e o pastel de Belém em Portugal,
do que uma lanchonete da rede Subway. No Brasil, ao contrário, é mais fácil
“matar a fome” em um restaurante da rede Subway, do que em um restaurante
tipicamente brasileiro.
Há apenas um ano no Brasil, o KFC (Kentucky Fried
Chicken) introduziu, em nosso país, mais um artigo muito famoso na culinária
americana: o frango frito. A rede já possui mais de 10 restaurantes no estilo
estaduniense, sendo que a maioria se localiza na cidade do Rio de Janeiro. [9]
Considerada a segunda
maior rede de fast food do mundo, a Burger King está atrás apenas do
McDonald's, marcando presença em 69 países. [10]
Essa condição de segundo lugar não desmerece em nada a marca, pois se o estilo
de alimentação americana já rompeu os limites do campo consumidor e agora se
tornou alvo dos grandes empresários. Além de lucrativo, já faz parte do jeito
brasileiro de ser.
Recentemente, em setembro de 2010, um grupo de empresários brasileiros
comprou a rede americana Burger King, por nada menos que R$ 7 bilhões.[11]
Essa compra prova que a conquista da mais valia, objetivo central do
capitalismo, é óbvia em se tratando do mercado de fast food no Brasil.
Não se trata aqui de um investimento baseado na especulação, na incerteza
de que se terá retorno ou não. Trata-se de um investimento com grande margem de
segurança, em que os empresários já têm provas reais de que podem ser bem
sucedidos, pois o Brasil já provou que está disposto a trocar o “beans and
rice” pelo hambúrguer e o milk-shake.
4 - Hegemonia americana por meio
do Mcdonalds – O que há por trás dessa marca?
O sucesso das redes americanas de fast
foods no Brasil mostra que os Estados Unidos conseguiram, de fato,
incorporar seu modo de vida a este país. Esse novo tipo de neocolonialismo,
baseado na influência no comportamento e na mudança de hábitos e interesses do
outro sem o uso da força, tem dado ao Brasil uma face, cada vez mais,
americanizada, o que em certa medida, reforça a ideia da hegemonia americana.
Segundo Neusa Rolita Cavedon, na resenha do livro “O nome
da marca: McDonald’s, fetichismo e cultura descartável”:
(...) A marca McDonald’s surge a partir de um contexto
que privilegia a velocidade, dando condições ao surgimento da sociedade do fast food. A sociedade não emergiu da
marca McDonald’s, mas esta reflete um sintoma dessa sociedade; trata-se de um figurante
que transforma a “mcdonalização” em sinônimo de sociedade do fast food, tanto em uma vertente
positiva como negativa.[12]
De toda forma, seja negativo ou positivo, o impacto da degustação de um
alimento advindo da rede pode marcar profundamente a vida de algumas pessoas,
como vemos no trecho a seguir:
Minha primeira recordação de comida foi a primeira vez
que meu pai me levou a um McDonald’s. Juro, fiquei enlouquecido com as batatas
fritas. Agora que estou só, vou sempre que posso, para comer essas fritas. Sei
que algumas pessoas dizem que são prejudiciais à saúde, mas elas me fazem
sentir formidável. Ouvi dizer, que houve um rapaz que fez um filme sobre manter
uma dieta McDonald’s. Com certeza, eu poderia protagonizá-lo. – relata um homem
de 22 anos.[13]
Há certa magia por trás da marca, que faz com que as pessoas
se vinculem a ela sentimentos como amor, alegria e prazer, o que faz com que o
simples ato de comer um hambúrguer ou batata frita se torne um momento
especial, independente de qualquer coisa. Comer um hambúrguer não é apenas
comer um hambúrguer, é comer um McDonald’s.
Ainda segundo Neusa Rolita Cavedon, o processo de construção da marca
McDonald’s surge particularizando o produto, como se este tivesse alma, de
forma a diferenciá-lo dos demais hambúrgueres existentes no mercado. Embora, um
hambúrguer seja igual ao outro, é a marca que irá torná-lo especial, e
vinculá-lo à ideia de alegria eterna, de momentos de prazer e felicidade com a
família.
“(..) No início, a marca remetia a uma idéia de
disciplina, ordem, asseio e patriotismo – esta última associação devido à
presença da bandeira norte-americana hasteada nas lojas McDonald’s. Os arcos
dourados formando a letra M reforçam a marca por meio da simbologia. Os arcos
que primeiro configuram uma imagem arquitetônica, passaram a refletir a
logomarca da empresa. Ao ganhar visibilidade – seja nas lojas, na televisão ou
na Internet - o M traz consigo toda a
experiência ligada à marca. A marca, algo que materialmente inexiste, ganha
forma por intermédio da imagem de marca, ou seja, um “complexo imaginário”, uma
representação do real.” [14]
Comer um McDonald’s está além de qualquer explicação.
Não há paridade de competição quando se trata de um hambúrguer da rede ou
outro
produto,
indiscutivelmente, os americanos irão preferir gastar seu dinheiro em uma de
suas lanchonetes do que em qualquer outro lugar.
Segundo Clotaire Rapaille, no livro
Fast Food Nation, o escritor Eric Schosser mostra, por exemplo, que os fast
foods têm sido responsáveis por boa parte dos gastos dos americanos:
“Agora os americanos gastam mais dinheiro em fast
foods do que com ensino superior, computadores pessoais, software ou carros
novos. Gastam mais com fast foods do que com filmes, livros, revistas,
jornais, vídeos e música combinados. Em 1970, os americanos gastaram
aproximadamente U$ 6 bilhões em refeições rápidas. No ano passado, gastaram
mais de U$100 bilhões.” [15]
Há, por trás da marca McDonald’s, muito mais do que uma magia ou uma
alma. O que faz a rede possuir alto poder e influência não são fatores
subjetivos, é algo real e concreto e que custa alguns milhões aos cofres da
marca e, ao mesmo tempo, garante o retorno absoluto do investimento: a
Universidade do Hambúrguer.
5- Universidade do Hambúrguer[16]
A rede McDonald’s possui atualmente, no mundo,
sete unidades da chamada Universidade do Hambúrguer (UH).
Situadas no Brasil, Estados Unidos,
Alemanha, Japão, Inglaterra, Austrália e Hong Kong, esses centros têm a
finalidade de oferecer cursos de especialização em todos os aspectos da
operação dos restaurantes McDonald’s.
O interessante na famosa rede é que esta visa fazer com que os
funcionários entendam todo o processo de criação até o momento da venda. Isso
faz com que estes tenham um acompanhamento constante e atenda a todo o corpo
funcional da empresa. Dessa forma, podemos dizer que o McDonald’s é uma empresa
que se insere em um modo de produção bastante alinhado com o capitalismo
avançado, o que torna difícil analisar seu modo de produção, por exemplo, por
meio da crítica marxista. Ou seja, não
há o que Karl Marx chamou de “alienação do trabalho”.
O funcionário da rede não fica restrito a um único serviço, sem saber
como é o funcionamento do todo, e sim, participa ativamente de todo o processo.
O treinamento tem início no momento em que o funcionário pisa pela
primeira vez no restaurante, e o acompanha durante toda a sua carreira na
companhia. Ao alcançar um cargo de gerência, o profissional do McDonald’s está
pronto para participar da Universidade do Hambúrguer.
Segundo Eduardo Ribeiro, reitor da Universidade no Brasil:
A Universidade do Hambúrguer é um centro de
treinamento privado, e faz parte da diretoria de treinamento do McDonald’s. Sua
função é ministrar os cursos universitários de que a empresa necessita, e
justamente por serem os nossos cursos superiores, somente profissionais de
nível gerencial passam pela UH.
O sucesso das chamadas UH confirma, mais uma vez, o sucesso da marca no
Brasil. Inaugurada, em 1997, representou um investimento de R$ 7 milhões, e já
recebeu até hoje 1.367 alunos.
Levando em consideração que o faturamento da rede cresce a cada ano no
Brasil, o grau de investimento foi muito baixo para o retorno que a marca
alcança anualmente.
Segundo Eduardo Ribeiro, embora esteja situada no Brasil, a UH é um
centro que atende a todos os países latino-americanos e abrange funcionários do
McDonald’s, franqueados, fornecedores e funcionários dos fornecedores da
empresa.
“Desde que foi criada, a Universidade do Hambúrguer
brasileira recepcionou 82 estrangeiros vindos da América Latina e de países de
língua portuguesa, como Portugal. E o número de alunos estrangeiros que
passaram pela UH do Brasil, em 2001, já supera o de brasileiros: são 59, até
agora.” – informa Ribeiro.
De imediato talvez seja até engraçado imaginar que exista uma instituição
chamada “Universidade do Hambúrguer”, mas, fato é que esse tipo de iniciativa
só engrandece e enriquece a marca. Nada mais coerente do que quem viveu o
dia-a-dia em uma das lojas McDonald’s, para fornecer as informações necessárias
para o bom desenvolvimento e manutenção da rede.
A preocupação com a qualidade, higiene e mais do que isso, as
preferências dos consumidores podem ser analisadas, de forma a criar um padrão
que irá satisfazer de modo quase que total aos consumidores da rede.
Para a empresa, nem a área Financeira nem a de Tecnologia são tão
importantes quanto seus funcionários. É por isso que o McDonald’s é uma das
empresas que mais investem em treinamento no Brasil, uma média de R$ 20 milhões
ao ano. Isso garante o sucesso e eficiência do trabalho, o que por sua vez,
reflete no faturamento da marca que, em 2009, alcançou os R$ 3,5 bilhões,
representando um aumento de 4,8% em relação ao ano de 2008.[17]
6 - Qual perfil do consumidor
brasileiro de fast foods?[18]
Quando se passa em uma das milhares de lojas do McDonald’s espalhadas
pelo país, não é de se espantar ver gerações de uma mesma família reunida em
torno da mesa apreciando um dos hambúrgueres da rede. Contudo, os jovens ainda
são o público fiel e constante na da marca.
O Instituto QualiBest, realizou em 2006, uma
pesquisa com 2.097 pessoas de todo o Brasil, por meio da internet, e mostrou
que os jovens, na faixa de 19 a
29 anos, ainda são o grande público consumidor de fast food. Eles representam aproximadamente 65% dos clientes de
restaurantes de comida rápida.
Segundo Denise Fabrício, analista de pesquisa
da QualiBest, instituto especializado em pesquisas on-line de mercado, os dados
confirmam alguns conceitos que já se tinham a respeito do perfil do consumidor
de fast foods.
Alguns dados da pesquisa mostram que, cada vez
mais, o brasileiro está americanizando o seu estilo de vida.
“(...) a maioria, 76% dos entrevistados,
frequenta lanchonetes pelo menos uma vez por mês. Desses, 29% vão a fast-food
duas a três vezes por mês. É o caso da universitária Rachel Thais Zanetti
Vieira, de 21 anos, que costuma ir a lanchonetes pelo menos uma vez por semana:
‘Gosto da comida e o atendimento é rápido. Quando estou com pressa, passo pelo drive thru e vou comendo no carro’,
conta”.
Outro dado interessante da pesquisa é que os jovens fazem das lanchonetes
de fast foods seus pontos de
encontro, unindo, assim, a necessidade da alimentação rápida à necessidade de
convívio social. Ainda segundo a pesquisa: “(...) a
maioria dos entrevistados do QualiBest (88%), não costuma frequentar fast-food sozinha. (...)A melhor
companhia para um bom sanduíche, com batatas fritas e refrigerante é um animado
grupo de amigos.”
Isso faz com que o cinema se torne uma consequência da parada para o
lanche.
Uma pesquisa do QualiBest, mostrou que 67% dos
entrevistados comem lanches rápidos durante o passeio ao shopping e 47% acabam
adotando o fast-food como uma
refeição para o fim das noitadas, que faz com que o lanche, geralmente, venha
acompanhado de um cineminha ou um passeio pelo shopping.
Segundo a pesquisa, o perfil do consumidor brasileiro de fast food é:
65% são jovens entre 19 e 29
anos.
|
51% são mulheres.
|
40% têm renda até R$ 600.
|
40% são do Estado de São
Paulo.
|
Destes, 76% frequentam restaurantes fast-food
uma vez por mês, no mínimo:
Apenas 13% vão sozinhos.
|
47% consomem produtos light
pelo menos uma vez por mês.
|
72% dos que vão pelo menos uma vez por mês
gastam até R$ 15,00 por refeição.
|
Dentre os entrevistados:
67% quando vão a um passeio
no shopping.
|
55% ao passear com outras
pessoas.
|
55% quando têm vontade.
|
47% faz parte do programa
noturno.
|
33% quando vão às compras.
|
Em tempos de globalização, Internet banda larga, celular, Ipod e todos os
tipos de tecnologias, é mais do que comum que, cada vez mais, as informações
chegarem mais rápido e constantemente. Ao acessar um site, receber um e-mail,
ou assistir TV, seja ela, convencional ou no celular, é comum ver sempre ao
lado, ou como propaganda central o anúncio de promoções e lançamentos de
alimentos de fast foods.
Como, em geral, os jovens são usuários assíduos das diversas tecnologias
estão mais vulneráveis a caírem no charme e na sedução que esse tipo de
alimentação provoca.
O grande sucesso desse neocolonialismo, realizado no Brasil por meio dos fast foods, embora tenha alcançado toda
a população, deve-se, certamente, ao fato de ser o público jovem o público
alvo. Mas há um índice, preocupante, que
vem crescendo juntamente com o sucesso de marcas de fast foods, sobretudo
McDonald’s: o número de obesos no Brasil.
7 - Obesidade – Essa palavra aprendeu a
falar Tupi Guarani?
Ao levar suas guloseimas para o mundo, os EUA carregaram junto, as
consequências de seu consumo.
Que a população americana está, consideravelmente, acima do peso não é
segredo para ninguém. Além da pouca prática de atividades físicas, seus hábitos
alimentares estão completamente fora dos padrões, daquilo que é considerado
como saudável por médicos e especialistas em geral. O cardápio
americano costuma ser muito calórico e exagerado, não basta comer hambúrguer,
tem que ser “o hambúrguer”. Queijo, ovos, bacon e grande quantidade de óleo são
certos no cardápio dos americanos.
Não há mal algum em extravasar, de vez em quando, e comer pratos
calóricos, cobertos de catchup e maionese, contudo, fazer desse menu um hábito diário implica em danos
reais e, muitas vezes, fatal para a saúde. Mas, os consumidores parecem não
estarem preocupados com isso.
Foi noticiado recentemente, por exemplo, a inauguração de uma nova
lanchonete de fast foods nos EUA, chamada “Ataque Cardíaco Grill”, cujo
objetivo é dar (isso mesmo, dar!) hambúrgueres gigantes e mais calóricos do que
os que já estão no mercado, apenas para pessoas gordas, o que para eles é
alguém que está acima dos 158kg ou 350 libras .[19]
O sucesso do anúncio da “promoção” foi tão grande que logo a lanchonete
encontrou um garoto propaganda “de peso”. Ao ver o anúncio da lanchonete, um
rapaz de 26 anos, chamado Blair River, que pesa nada menos que 258,5kg resolveu
conferir a novidade e, consequentemente, ganhou o cargo de porta voz do
estabelecimento. [20]
O que os americanos não levam em consideração, por exemplo, são pesquisas
como a que foi realizada pelos cientistas da Universidade de Columbia e do City
College de Nova York.
Em uma análise feita com base em entrevistas que foram realizadas com
mais de 3,5 milhões de pessoas, entre 1993 e 2008, constatou-se que a obesidade
se transformou em um perigo tão grave para a saúde como o consumo do tabaco.[21]
Índices de organismos do Departamento de Saúde mostram que
aproximadamente 60% dos americanos sofrem com excesso de peso ou é obeso. O que
representa um aumento no número de doenças cardiovasculares, diabetes e alguns
tipos de câncer e, por consequência, um aumento nas despesas de saúde.
O advento dos fast foods tem
trazido para o Brasil problemas como esse. É crescente o número de pessoas que
se encontram acima do peso.
Segundo matéria publicada na Revista Veja, em janeiro de 2010: “Desde
1974, quando foi feita a primeira pesquisa familiar que registrou peso e altura
dos entrevistados, a população tornou-se mais alta. O déficit de altura entre
crianças declinou da faixa dos 30% para menos de 10%. Nesse mesmo período, o
brasileiro ganhou peso. Muito peso.”[22]
Ainda segundo a revista, é como se ocorresse um tipo de epidemia e se
mantiver o ritmo em dez anos, 30% da população estará acima do peso ideal. A
sociedade brasileira está cada vez mais parecida com a americana, onde a
obesidade já é um problema de saúde pública. Vale lembrar que a pesquisa do
IBGE foi realizada com 188.461 pessoas, entre 2008 e 2009.
Mas engana-se quem pensa que esse mal está restrito aos grandes centros.
A obesidade em decorrência de maus hábitos alimentares já atinge até mesmo a
população indígena do país. Em agosto de 2010, Fernanda Aranda, divulgou em seu artigo publicado no site
“Último Segundo”, que a “População infantil de índios lidera índice de obesos
em SP; no Brasil índias com sobrepeso somam 46,5%”. [23]
Segundo a jornalista, o hábito saudável e natural das crianças indígenas
foi substituído pelos fast foods. Segundo ela, foi feita uma pesquisa
pelo Instituto do Coração de São Paulo (Incor), “em inquérito realizado com
2.025 adolescentes de São Paulo. Enquanto 41% dos indígenas pesquisados
apresentaram sobrepeso, nos meninos e meninas brancos de mesma faixa-etária a
taxa foi de 22%. Entre os negros, 19,4%.”[24]
E ainda segundo a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), este problema que
vem aumentando na população urbana está atingindo, também a população indígena.
O primeiro Inquérito Nacional de Saúde Indígena
avaliou 6.009 mulheres, de 177 tribos, de 14 a 49 anos e mostrou que 30,9 delas estão com
sobrepeso e 15,6% foram classificadas como obesas (46,5%).”[25]
Para Rômulo Henrique da Cruz, coordenador geral da atenção indígena da
Funasa, em decorrência de viverem, atualmente, mais próximos dos centros
urbanos, e terem acessos às mesmas tecnologias que o restante da população, os
índios estão vulneráveis aos mesmos apelos que os outros.
Segundo o coordenador:
“É uma situação
identificada em todo o país. No Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul têm a
questão da proximidade das aldeias dos bairros urbanizados e das lanchonetes.
Na região Sul e Sudeste como restaram poucas terras para plantar, os índios
optam pela monocultura, pensando em vender e não priorizam a agricultura de
subsistência, que garantia um cardápio mais saudável”, afirma.[26]
A obesidade indígena é mais uma comprovação de como as ações
neocolonialistas realizada pelos EUA têm obtido sucesso.
8 - Você prefere Coca- cola ou
Guaraná?
Engana-se quem pensa que apenas o hambúrguer mudou os hábitos alimentares
dos brasileiros. De que adianta comer a deliciosa iguaria, acompanhada de belas
batatas fritas e nada ter para beber?
Pense bem, você já viu alguma propaganda, de fast foods, principalmente, do McDonalds, em que não aparecesse ao
lado dos artigos já mencionados um lindo e gelado copo de Coca-cola?
Os EUA não seriam bobos em lucrar e mostrar que são bons apenas com o hambúrguer.
O guaraná é um fruto tipicamente brasileiro, mas nem por isso está entre
as preferências da população, principalmente a jovem. Em geral, quando é pedido
a uma pessoa para falar o nome de um refrigerante, de imediato, a primeira
palavra que vem a cabeça é Coca-cola.
O refrigerante americano é exaltado mundo afora, assim como o hambúrguer.
Seja em programas de TV, filmes ou mesmo propagandas que mais parecem grandes
produções “hollywoodianas”, lá está o refrigerante que é preferência mundial.
No Brasil, não poderia ser diferente. Se o brasileiro já adotou, de forma
tão amorosa, os fast foods, porque não adotar também a Coca-cola?
O site “Livra” realizou uma
pesquisa on-line que apresentava a seguinte pergunta: “Coca-cola ou Guaraná?”[27]
Dos 42 votos obtidos, 88% afirmam preferir o refrigerante americano e apenas
12% declararam preferir o refrigerante nacional.
Sendo ainda mais incisivo em sua pergunta, o site colocou uma relação de
refrigerantes que são ofertados pelo mercado e fez a seguinte pergunta: “Qual o
melhor?”[28]
A pesquisa obteve um total de 552 votos.
Veja o resultado:
%
|
Marca
|
76
|
Coca-cola
|
10
|
Pepsi
|
9
|
Fanta
|
5
|
Dolly Guaraná
|
Curiosamente, a bebida que conseguiu a segunda colocação é feita do mesmo
ingrediente da vencedora, a Coca-cola, porque então esta última é a preferida?
Ambas são americanas, são feitas de coca, possuem a mesma cor e, teoricamente,
o mesmo sabor. Mas Coca-cola é Coca-cola, assim como um hambúrguer do
McDonald’s não é um simples hambúrguer, é um McDonald’s.
E mais uma vez, o pobre e brasileiríssimo guaraná é preterido e o
brasileiro mostra que é mais americano do que muito gringo por aí.
Conclusão
Os EUA não são ingênuos, e se afirmam a cada dia diante das outras nações
não apenas por exportar as suas guloseimas, mas as idéias americanas associadas
a elas. Ser americano é ser “bem sucedido, moderno e antenado”.
Não somente em filmes a cultura americana é exaltada, na comida também. A
facilidade e agilidade em se comer uma delícia preparada em alguns minutos fez
com que, cada vez mais, as pessoas buscassem se alimentar de uma forma mais
americanizada, mas, além disso, por ser cool.
E assim estão vivendo, ignorando, completamente, os efeitos maléficos do estilo
de alimentação americano.
No Brasil, é notória a influência da culinária americana. Olhando para os
grandes centros, vemos mais estabelecimentos comerciais do ramo de alimentação
no estilo americano do que brasileiro. A cada esquina há um tipo de lanchonete
no estilo fast food. O engraçado é
que até as lanchonetes originalmente brasileiras estão atuando, cada vez mais,
no modelo americanizado de ser.
A partir desse pensamento vimos, mais uma vez, que processos de
colonização, sejam eles de quais naturezas forem, são validados, conseguem
sobreviver e se fortalecer a partir da reprodução que o colonizado faz da ação
do colonizador.
O processo de neocolonização que o Brasil vem se permitindo passar, desde
a metade do século passado, só afirma a posição dos Estados Unidos como novo
ditador das regras e da forma de viver. O discurso que prega a alegria e a
satisfação em ser americano, em viver do jeito americano, tem rompido barreiras
no mundo inteiro e, já se enraizou no Brasil.
Vimos nesse artigo, como é exorbitante o número de estabelecimentos do
estilo fast food existente no país,
assim como as consequencias dessa adesão. O que não é percebido ainda, pelo
menos pela grande maioria da população, é que esse estilo americano de se
alimentar, além de estar colocando em risco a saúde das pessoas, tem em grande
medida, mudado a face gastronômica do país, contribuindo para a perda de algo
muito importante: a cultura.
Alimentação também é cultura.
O que o futuro reserva para o país? Será que um dia a feijoada será tão
escassa e desconhecida como a língua natural (a língua indígena) dessa terra?
Fato é, o Brasil está cada vez mais americano, não por se localizar na América
do Sul, mas por se render aos EUA de forma tão forte e cega.
Já dizia o ditado: “Peixe morre pela boca”!
[1]Citação
do livro: RAPAILLE, Clotaire - O Código Cultural – porque somos tão diferentes
na forma de viver, comprar e amar?, pág. 88, 3ª edição – 2007, Elsevier Editora
Ldta.
[2] Dados do site oficial do Bob’s no Brasil -
http://www.bobs.com.br
[3] Dados do site oficial da rede McDonald’s
no Brasil - http://www.mcdonalds.com.br
[4] Dados do site Monitor Mercantil Digital -
http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=76544
[5] Dados do site oficial da rede Giraffas no
Brasil - http://www.giraffas.com/
[6] Dados do site oficial da rede Habib’s no
Brasil - http://www.habibs.com.br/sobre-a-empresa/historia/
[7] Idem
[8] Dados do site da rede Subway no Brasil -
http://world.subway.com/Countries/frmMainPage.aspx?CC=BRA&LC=POR&Mode=
[9] Dados retirados do site:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kentucky_Fried_Chicken
[10] Dados do site oficial da rede Burger King
no Brasil - http://www.burgerking.com.br/
[11] Dados retirados da página:
http://economia.ig.com.br/empresas/brasileiros+compram+rede+americana+burger+king+por+r+7+bilhoes/n1237768034680.html
[12] Dados retirados do arquivo on-line
encontrado na página: http://www16.fgv.br/rae/artigos/1512.pdf
[13] Citação do
livro: RAPAILLE, Clotaire - O Código Cultural – porque somos tão diferentes na
forma de viver, comprar e amar?, Pág. 135, 3ª edição – 2007, Elsevier Editora
Ldta.
[14] Dados retirados do arquivo on-line
encontrado na página: http://www16.fgv.br/rae/artigos/1512.pdf
[15]Citação do livro: RAPAILLE, Clotaire - O Código Cultural –
porque somos tão diferentes na forma de viver, comprar e amar?, pág. 136, 3ª
edição – 2007, Elsevier Editora Ldta.
[16] Dados
retirados do site - http://www.timaster.com.br/revista/materias/main_materia.asp?codigo=442
[17] Dados retirados do site - http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1541734-9356,00-FATURAMENTO+DO+MCDONALDS+NO+BRASIL+CRESCE+EM.html
[18] Dados retirados do site - http://cpopular.cosmo.com.br/metropole/conteudo/mostra_noticia.asp?noticia=1440653&area=2230&authent=722420340371227316210602432341 - Publicada em 11/6/2006
[19] Dados retirados os site -
http://noticias.r7.com/esquisitices/noticias/-ataque-cardiaco-grill-vai-dar-comida-para-obesos-20101109.html
[20] Dados retirados do site -
http://noticias.r7.com/esquisitices/noticias/-ataque-cardiaco-grill-acha-porta-voz-de-258-kg-20101121.html
[21] Dados retirados do site -
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4186924-EI238,00.html
[22] Dados retirados do site -
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pesquisa-do-ibge-mostra-que-obesidade-e-epidemia-no-brasil
[23] Dados
retirados da página -http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/fast+food+leva+obesidade+a+indigenas/n1237738030600.html
[24] Idem
[25] Idem
[26] Idem
[27] Dados da página -
http://pt.livra.com/pick/coca-cola-ou-guarana/147545310/
[28] Dados da página -
http://pt.livra.com/pick/qual-o-melhor/33414335/